sábado, 1 de setembro de 2012

Sonhei com ela recentemente.
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Estávamos juntos, deitados na grama próximo a um lago em um parque qualquer.
O sol estava se pondo, os poucos raios que restavam, banhavam sua pele clara, dando um tom dourado, como se ela fosse uma estátua de ouro. A mais bela estátua que já vi em minha vida.
sentei-me na grama, admirando-a. Estava com os olhos fechados, os braços abertos, como se tentando absorver o máximo de energia e calor daqueles tímidos raios remanescentes.
Não sei quanto tempo ficamos parados, naquela mesma posição.
Abrindo os olhos, ela me encontrou olhando-a, como se preso em um frenesi de sentimentos e emoções.
"que foi?" Perguntou com seu maravilhoso sorriso.
Demorei um tempo para responder.
Estava, ainda, tentando encontrar a saída daquele universo em que me encontrava.
"você é linda." Sussurrei-lhe. "a garota mais incrível que já conheci"
seu rosto enrubesceu, como sempre fazia ao ser elogiada. O que acontecia com frequência. O que ela fazia, não era comum para a idade.
Raramente vemos uma pessoa tão bela e talentosa, com tão pouca idade. Às vezes, chegava a pensar que ela não era real, que era só mais uma das personagens que eu criava mentalmente, no intuito de que se tornassem realidade.
E talvez o fosse de fato.
"preciso ir" falei, "espero que fique bem, e não cometa nenhuma imprudência"
"não vá, fique.. O sol está se pondo, quem me aquecera durante a noite?" Argumentou em uma voz chorosa.
"não posso, eu realmente preciso ir, isso tudo já está se complicando demais, preciso ir, enquanto ainda posso." Falei. "mas não se preocupe, você é forte, conseguirá sobreviver até que outro apareça para aquece-la."
"mas eu não quero outro, quero você." Admitiu em meio ao choro. "sei que não tenho sido a garota por quem se apaixonou, que estou diferente, mas não posso mudar isso, faz parte de quem sou."
Precisava agir rápido, cada segundo pesava imensamente, dilacerava-me. Logo, não conseguiria mais partir. "não se aflita, meu anjo. Não é nada com você, o problema sou eu. Sempre fui eu, na verdade."
beijei-a no rosto. O último beijo que daria a ela. "seja feliz, meu anjo querido." Falei, enquanto me levantava. "eu te amo e sempre te amarei". Parti, deixando-a aos cuidados da imensa e bela lua, que estava a banhar-lhe com sua confortante luz fria.
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Aquele, seria o momento em que eu acordaria do sonho e ficaria tentando imaginar um final diferente. tentaria voltar a dormir, para continuar o mesmo sonho e voltar atrás.
Não por mim, mas por ela. Não era justo deixa-la, ainda mais daquela maneira..
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Só existe um problema.
Eu não tenho sonhos. Nunca.
Portanto, não havia maneiras de mudar aquele final.
Como dizem. O que está escrito, não pode ser apagado.
Depois de dizer alguma coisa, não há meios de se voltar atrás.
O próprio tempo não volta.
Então, devo me contentar com as boas lembranças daquele sonho que nunca aconteceu. Pois como decidi, em meio ao sonho, eu nunca mais a verei novamente.

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