Estive pensando na única coisa que realmente me deixaria triste, se eu não me casasse. Filhos. A sensação de que quando você morrer, ninguém ficará para 'te substituir', para continuar o que você começou, me deixa triste.. Talvez esse seja o único motivo que me fizesse sentir medo da morte, caso ela visse me buscar hoje.
Sempre amei crianças, me dou muito bem com elas. Dizem que eu seria um ótimo pai.
Andando pela rua, passei por uma menina, é, menina pois, independente da idade, tinha um rostinho de menina, andando com uma menininha de uns dois anos apenas, talvez menos.
Cabelinho castanho, liso, de franjinha, vestia uma camisetinha e saia. A coisa mais linda que vi..
Estava falando alguma coisa, com aquela boquinha redondinha e pequenina.
Olhei para ela, em seguida para sua mãe (falo mãe pois ouvi a mocinha chama-la de filha) e pensei:
Queria uma filha também. Poderia adotar uma menina de um ano mais ou menos..
Faria tudo por ela, compraria doces, brinquedos, levaria ao parque, rolaria no chão com ela, seria 'um ótimo pai'.
Mas aí, me lembrei que ela precisaria de uma mãe também, só um pai não seria suficiente, para quem ela correria, quando ficasse bravo? Pois isso faz parte da vida, vez ou outra precisamos ser duros.
Então, pensei:
A vida poderia ser menos difícil. Poderíamos fazer um 'contrato' em prol do filho. eu seria o pai, você seria a mãe, mas não precisaríamos ficar juntos, na verdade. Tudo seria pela criança. Faríamos tudo que um pai e uma mãe fazem, corríamos pelo parque juntos, deitaríamos na grama quando estivéssemos cansados, sorriríamos como bobos, quando a criança fizesse algo engraçado..
enfim, seríamos como uma 'família feliz'
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Daí me lembrei, eu não suportaria te ter tão próxima, sabendo que estaria ali apenas pela criança, e não por mim.
É, o ser humano sabe ser egoísta, quando quer..
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Filhos e você
Morrendo
Cada postagem nova que leio, cada imagem que compartilha..
Minha consciência grita, constantemente, para que eu acabe com isso, para que eu pare com essa infantilidade de me matar aos poucos.
De nada adianta, porém, sempre ignorei e continuo ignorando esses conselhos inúteis.
Quero que a lógica e a razão vão para o inferno..
Sou tolerante enquanto a tolerância serve aos meus propósitos..
mas na verdade, bem lá no fundo, sinto uma pontinha de ódio, sabe?
Não de você, ou de gostar de você..
Talvez esse ódio seja de mim mesmo, por me sentir tão perdido, depois que te conheci..
Eu, que sempre fui uma pessoa tão determinada, objetiva..
Sempre falei em fazer faculdade, um estágio na Pixar e trabalhar na fábrica dos sonhos.
Tudo isso se quebrou dentro de mim, toda essa determinação.
Eu quero, lá no fundo. Sei disso, posso sentir esse desejo. Só não consigo encontrar o caminho para o local onde ele está guardado.
Sinto falta da época em que eu não me preocupava com nada, além dos estudos, essa vida de adulto está me sufocando.
Queria poder fugir para a terra do nunca, voltar a não ter essas responsabilidades todas.
mas isso de nada valeria, se eu continuasse sem poder ouvir sua voz, ver seu sorriso, sentir seu abraço..
[...]
É, mas quem, além de mim mesmo, para se importar com essas divagações inúteis?
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Vampiros | No Mundo e Nos Livros
~•~
Vampiros | No Mundo e Nos Livros
domingo, 2 de setembro de 2012
Tudo está mudado, diferente sabe?
Minha vida mudou muito, desde que a conheci, principalmente.
A rotina não está mais 'suportável'. Estou querendo jogar tudo pro alto, mudar.
fico pensando nela o tempo todo, imaginando o que estaria fazendo naquele momento, se estaria ouvindo alguma música, e qual se tivesse?
Se pensava em mim. Não com a mesma frequência que eu pensava nela, às vezes pelo menos.
Parei em um ponto no tempo, não consigo avançar, nem mesmo voltar.
Minhas defesas tentam, inutilmente, me libertar. Mas não quero ser liberto.
Aquela 'válvula de escape' que a gente tem, que se rompe quando a pressão aumenta muito, evitando que algo pior aconteça, há muito devia ter se rompido, porém estou remendando-a como posso, a cada momento, acrescentando um pouquinho mais de cola, forçando mais para que ela permaneça inalterada.
Estou brincando com o destino, minha sentença já está assinada, estava de aviso prévio, o próximo deslize seria fatal, não haveria mais volta. E ontem eu 'deslizei'. troquei minha última chance por nada. sei que não há mais volta. Minha vez já se passou, não voltará mais. Porém não consigo deixar a vida continuar, fico segurando o tempo, resistindo para continuar sentindo tudo isso.
As alegrias estão diminuindo gradualmente, e a dor, a tristeza estão só aumentando.
Chegará um momento que não poderei mais.
Continuarei lutando, até que esse momento chegue.
Espero ansioso pela chuva.
Só ela pode lavar minha alma, meu coração, limpar todas as incertezas, medos, impurezas.
Para que, talvez assim, eu possa resistir um pouco mais.
Não me arrependo do que sinto por ela. Também não me arrependo por minha sinceridade.
Se ela não sente por mim o mesmo que sinto por ela, QUE SE DANE!
O importante é que eu possa continuar aqui, sabendo notícias dela, ficando preocupado, quando ela comete uma imprudência, o que vem acontecendo com frequência ultimamente.
Enquanto eu puder lutar, enquanto tiver forças, continuarei aqui.
Me preocupando, discutindo com ela, como se fosse responsável por sua vida.
Continuarei me desculpando por ser tão superprotetor, mesmo sem ela me pedir.
Continuarei protestando, quando ela começa a fazer algo que possa prejudicá-la. Ameaçando fazer o mesmo comigo, para passarmos por aquilo juntos, e assim, não me preocupar mais com ela. Ameaçando me afastar para não saber mais notícias dela. Embora isso seja bom para ela.
Tudo seria tão mais fácil, se ela não precisasse se preocupar com alguém que fica protegendo-a, mesmo quando ela quer cometer algum erro.
Queria poder me afastar.
Queria querer me afastar, na verdade. Eu posso. apenas não quero. Quero continuar aqui, sofrendo por ela, enquanto tiver forças.
sábado, 1 de setembro de 2012
Sonhei com ela recentemente.
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Estávamos juntos, deitados na grama próximo a um lago em um parque qualquer.
O sol estava se pondo, os poucos raios que restavam, banhavam sua pele clara, dando um tom dourado, como se ela fosse uma estátua de ouro. A mais bela estátua que já vi em minha vida.
sentei-me na grama, admirando-a. Estava com os olhos fechados, os braços abertos, como se tentando absorver o máximo de energia e calor daqueles tímidos raios remanescentes.
Não sei quanto tempo ficamos parados, naquela mesma posição.
Abrindo os olhos, ela me encontrou olhando-a, como se preso em um frenesi de sentimentos e emoções.
"que foi?" Perguntou com seu maravilhoso sorriso.
Demorei um tempo para responder.
Estava, ainda, tentando encontrar a saída daquele universo em que me encontrava.
"você é linda." Sussurrei-lhe. "a garota mais incrível que já conheci"
seu rosto enrubesceu, como sempre fazia ao ser elogiada. O que acontecia com frequência. O que ela fazia, não era comum para a idade.
Raramente vemos uma pessoa tão bela e talentosa, com tão pouca idade. Às vezes, chegava a pensar que ela não era real, que era só mais uma das personagens que eu criava mentalmente, no intuito de que se tornassem realidade.
E talvez o fosse de fato.
"preciso ir" falei, "espero que fique bem, e não cometa nenhuma imprudência"
"não vá, fique.. O sol está se pondo, quem me aquecera durante a noite?" Argumentou em uma voz chorosa.
"não posso, eu realmente preciso ir, isso tudo já está se complicando demais, preciso ir, enquanto ainda posso." Falei. "mas não se preocupe, você é forte, conseguirá sobreviver até que outro apareça para aquece-la."
"mas eu não quero outro, quero você." Admitiu em meio ao choro. "sei que não tenho sido a garota por quem se apaixonou, que estou diferente, mas não posso mudar isso, faz parte de quem sou."
Precisava agir rápido, cada segundo pesava imensamente, dilacerava-me. Logo, não conseguiria mais partir. "não se aflita, meu anjo. Não é nada com você, o problema sou eu. Sempre fui eu, na verdade."
beijei-a no rosto. O último beijo que daria a ela. "seja feliz, meu anjo querido." Falei, enquanto me levantava. "eu te amo e sempre te amarei". Parti, deixando-a aos cuidados da imensa e bela lua, que estava a banhar-lhe com sua confortante luz fria.
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Aquele, seria o momento em que eu acordaria do sonho e ficaria tentando imaginar um final diferente. tentaria voltar a dormir, para continuar o mesmo sonho e voltar atrás.
Não por mim, mas por ela. Não era justo deixa-la, ainda mais daquela maneira..
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Só existe um problema.
Eu não tenho sonhos. Nunca.
Portanto, não havia maneiras de mudar aquele final.
Como dizem. O que está escrito, não pode ser apagado.
Depois de dizer alguma coisa, não há meios de se voltar atrás.
O próprio tempo não volta.
Então, devo me contentar com as boas lembranças daquele sonho que nunca aconteceu. Pois como decidi, em meio ao sonho, eu nunca mais a verei novamente.